O Lúpus Eritematoso Sistêmico, LES ou simplesmente Lúpus, é uma doença inflamatória de origem autoimune, ou seja, o próprio organismo ataca seus órgãos e tecidos.
Os sintomas, que costumam acometer várias partes do corpo, por vezes avançam de forma lenta e progressiva, levando meses para se manifestar e dificultando o diagnóstico. Em outros casos, os sinais da doença aparecem mais rapidamente e evoluem em poucas semanas.
Conhecer mais sobre a doença é fundamental para ajudar no diagnóstico precoce e também para apoiar os pacientes que convivem com ela. Afinal, a pessoa pode até parecer bem por fora, mas por dentro está lutando contra a fadiga, a dor e as consequências emocionais de uma doença que não tem cura.
Manifesta-se com manchas avermelhadas na pele, especialmente nas áreas que ficam mais expostas à luz solar, tais como rosto, orelhas, colo e braços. Mas vale destacar que outras partes do corpo também podem ser afetadas. Pode surgir a chamada “mancha em formato de asa de borboleta” no rosto, que se tornou um símbolo dos pacientes que lutam contra a doença.
Caracteriza-se pela inflamação de um ou mais órgãos, como articulações (juntas), rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio). Causa múltiplos sintomas e, principalmente, dor crônica - um dos maiores desafios de quem convive com a doença.
Outros dois tipos podem ocorrer, mas são mais raros:
Ocorre devido ao uso prolongado de certos medicamentos, que provocam uma inflamação temporária no organismo. Normalmente os sintomas desaparecem poucos meses após o término do uso destas substâncias.
Ocorre em bebês que nascem de mulheres com Lúpus, mas sua incidência é pequena, variando entre 1% a 2% dos recém-nascidos de mães com o diagnóstico.
O Lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, etnia e sexo, mas costuma afetar mais as mulheres jovens, na faixa etária entre 15 a 44 anos*, principalmente afrodescendentes, latino-americanas, hispânicas e asiáticas. Por ser um país de dimensões continentais, com clima muito variado, condições socioeconômicas diversas, além de uma grande miscigenação étnica, os dados sobre a incidência de Lúpus no Brasil são escassos. Porém, com base na prevalência da doença entre a população de origem hispânica nos Estados Unidos e na Europa (100 a 200 casos para cada 100 mil pessoas), a estimativa é de que haja 150 mil a 300 mil brasileiros* adultos convivendo com a doença.
*Fonte: The landscape of systemic lupus erythematosus in Brazil: An expert panel review and recommendations - julho/2021.
Como na maioria das doenças autoimunes, as causas do Lúpus ainda não são totalmente conhecidas pela ciência. Apesar disso, pesquisas apontam a incidência de três fatores no desenvolvimento do Lúpus:
Isso significa que as pessoas já nascem com suscetibilidade genética para a doença e, em algum momento, por conta de fatores ambientais como irradiação solar, infecções virais ou por outros microrganismos, começam a apresentar alterações do sistema imunológico. Elas passam, então, a produzir anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo como se fossem invasores, causando inflamação nos órgãos. Essas células de defesa que atacam o nosso próprio corpo são conhecidas como autoanticorpos e, a depender do tipo produzido pelo paciente, os sintomas do Lúpus podem ser diferentes. Por isso é que as manifestações clínicas da doença são tão particulares para cada um, tornando cada paciente com Lúpus único.
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia.